VESPIDAE
DA REGIÃO DOS LAGOS DO AMAPÁ
Orlando
Tobias Silveira¹
As
vespas sociais formam faunas especialmente diversas nas áreas
de floresta de terra firme amazônicas, chegando eventualmente
a pouco mais de 100 espécies (Silveira, 2002). No Amapá,
o inventário mais completo revelou 78 espécies para florestas
e campos da área da RESEX Cajari, no município de Laranjal
do Jari (Silveira e colaboradores, dados não publicados). No
âmbito do PROBIO-AMAPÀ foram feitas coletas em 20 pontos
ao longo de uma faixa de cerca de 100 Km atravessando uma série
heterogênea de terrenos, desde a várzea do R. Araguari
no município de Cotias, até a transição
cerrado-floresta de terra firme no município de Pracuúba.
Foram coletadas 32 espécies de 9 gêneros de vespas sociais
(Polistinae) e 14 espécies de 7 gêneros de vespídeos
solitários (Eumeninae). Não há na lista espécies
“novas”, mas apenas novos registros de formas que necessitam
ainda ser reconhecidas como espécies distintas (i. e. Apoica
sp. prox. thoracica e Polybia sp. gr. occidentalis). Quase todas as
espécies são comuns na Amazônia, com exceção
de Polistes goeldi, um tanto menos freqüente mas não propriamente
“rara”. Na amostra, merece destaque a representação
extremamente baixa de Mischocyttarus, com apenas duas espécies
registradas somente no setor de Pracuúba. O número geral
de espécies para a “Região dos Lagos” foi
bem menor do que o esperado em áreas de floresta de terra firme
amazônica, sob esforço de coleta equivalente. As causas
da baixa diversidade podem estar relacionadas à relativa imaturidade
e isolamento da região, aliados à degradação
das áreas de várzea.
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1.
Museu Paraense Emílio Goeldi - MPEG; Av. Magalhães Barata,
376, São Braz, Cx.P. 399; CEP: 66040-170; Belém - PA; orlando@museu-goeldi.br
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