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BOTÂNICA

VEGETAÇÃO DAS REGIÕES DOS LAGOS E SUCURIJU, AMAPÁ, BRASIL

Salustiano Vilar da Costa Neto ¹
Regiane de Souza Coutinho ¹
Cristina do Socorro Fernandes Senna
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O litoral amapaense abriga um importante patrimônio biológico ecológico e genético de ecossistemas de alta relevância ambiental. Ao longo da costa alternam-se manguezais, florestas de várzea, igapó e transição, campos inundáveis (herbáceo e arbustivo), lagos e outros ambientes (GERCO, 2004).

Os manguezais são ecossistemas extremamente sensíveis as alterações ambientais, com importantes funções ecológicas nos oceanos, mares e estuários, na cadeia biológica, na produção primária, na proteção contra erosão e tempestades, no funcionando como filtro biológico, apresentando uma flora estrategicamente adaptada as adversidades do meio.

Dada essa importância biológica é imprescindível a conservação desses ecossistemas, uma vez que abrigam espécies de grande interesse econômico, para reprodução, berçário, alimentação para alevinos e peixes jovens, crustáceos e moluscos, que usam esses ambientes como moradia ou em alguma fase do ciclo de vida para se desenvolverem.

Os manguezais do Amapá correspondem a 2.7894,97 km2, 1,94 % do território do Estado (ZEE, 1998). Dominados de extensos siriubais (Avicennia germinans), com árvores em torno de 15 a 30 metros de altura, formando bosques maduros e abertos. Os mangais (Rhizophora sp.) formados por indivíduos de grande porte, estão limitados a áreas menos elevadas sujeitas a serem inundados apenas estacionalmente (SCHAEFFER-NOVELLI & CINTRON-MOLERO, 1988).

Associadas aos bosques de manguezais, com porte arbóreo a herbáceo, encontram-se as espécies: mututi (Pitherocarpus amazonicus Huber e P. officinalis Jacq.), verônica (Dalbergia monetaria L.f. e D. ecastophylla), aturiá (Macherium lunatum L.f.), açai (Euterpe oleracea) Crenea maritima L., Fimbristylis spadicea , avenca do mangue (Ascrostycum aureum), taboca (Guadua sp.), entre outras.
As florestas de várzea ocupam 6.959,25 km2 (4,85%) da cobertura vegetal do Estado, e aproximadamente 15,46 % do setor costeiro estuarino. São ecossistemas energeticamente abertos, associados as planícies de inundações dos rios e igarapés de água branca do estuário amazônico. Apresenta uma estrutura exuberante, rica diversidade e um grande patrimônio genético. Essas são submetidas a um ciclo diário de enchentes e vazantes por água doce represada pelas marés. Devido as inundações, são carreados diariamente para essas áreas uma grande quantidade de material sedimentar, o que lhe confere um potencial econômico na exploração da madeira e essências (ZEE, 1998).

Os campos savânicos do Estado do Amapá estão distribuídos no sentido norte-sul e na sua porção sudoeste, assemelhando-se fisionomicamente aos cerrados do planalto central, cobrindo uma superfície de 9.986,89 km2, correspondem a 6,87 % do Estado. Caracterizada por árvores tortuosas, suberificadas, de folhas raramente deciduais, bem como por formas biológicas adaptadas aos solos deficientes, profundos e aluminizados (RADAMBRASIL, 1974).

Vegetação predominante nas regiões dos lagos são os campos periodicamente inundáveis regidos pela inundação das águas pluviais (período chuvoso), mais intensas nos meses de janeiro a maio, provocando grandes enchentes, onde o deslocamento só pode ser feito por embarcações, e durante o verão (período seco), entre os meses de setembro a novembro, podem ser facilmente acessíveis a pé ou a cavalo. Representa 11,20 % do Estado do Amapá. A vegetação é predominantemente de macrófitas aquáticas, mas podemos verificar a presença de grandes populações de açai (Euterpe oleracea), buriti (Mauritia flexuosa) e canaranã (Mauritiella armata).

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1. Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá – IEPA; Rod. J.K., km 10, s/n; Fazendinha; Macapá – AP; CEP: 68.903-000; E-mail: salustiano.neto@iepa.ap.gov.br e
regiane.souza@iepa.ap.gov.br
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